Livros didáticos digitais de português para estrangeiros

Nessa coluna a professora Luhema Ueti fala sobre livros digitais de português para estrangeiros, especialmente importantes para aulas online.

Com as aulas remotas e on-line, muitos professores começaram a procurar por livros digitais. Eu, particularmente, acho um pouco estranho e contraditório, durante uma aula online, pedir para o aluno pegar o livro físico dele e escrever, depois pedir uma foto para corrigir, por exemplo. Além disso, muitas editoras não têm representantes comerciais em diferentes partes do mundo e os livros não são tão acessíveis assim.

Por isso, algumas editoras estão adaptando seus materiais para que tenhamos livros digitais, principalmente usando leitores de livros, como o Kindle. Todos os livros que vi são uma espécie de versão digital, estática e sem complementos ou conexão com vídeos, áudios e outros recursos tecnológico-digitais; ou, até mesmo, espaço para os alunos escreverem respostas.

Apesar disso, acredito que é muito melhor poder ver o livro ao compartilhar a tela (aluno/professor); o aluno poder ter seu exemplar de livro para poder estudar, revisar ou pesquisar sobre determinado conteúdo e, até mesmo, anotar as respostas, em alguns casos.

Assim, fiz um levantamento dos livros disponíveis atualmente no mercado, como podem conferir abaixo.

Infelizmente, a produção e editoração de livros de PFOL está muito atrás se comparado com a produção e editoração de livros de inglês ou espanhol. Para essas línguas, há um bom tempo é possível encontrar livros com áudios e vídeos integrados; além de contar com aplicativos para atividades como jogos.

Minha esperança é que um dia isso tudo possa ser possível também para nossa tão amada língua portuguesa.

As indicações são:

– Bons Negócios – escrito por Denise Santos e Gláucia V. Silva, Editora Disal

Bons negócios: Português do Brasil para o mundo do trabalho

Brasileirinho: português para crianças e pré-adolescentes – escrito por Claudenir Gonçalves, Editora EPU

Estação Brasil – escrito por Ana Cecília Cossi Bizon e Elizabeth Fontão do Patrocínio, Editora Átomo

– Falar, Ler e Escrever Português: um curso para estrangeiros – escrito por Emma Eberlein O. F. Lima  e Samira A. Lunes, Editora EPU

Inovação 1 e 2 – escrito por Maria Angela de Melo e Eliane Roncolatto, Editora Santillana Uruguay

Novo Avenida Brasil 1, 2 e 3 – escrito por Cristián González Bergweiler,  Emma Eberlein O. F. Lima. Lutz Rohrmann, Samira Abirad Iunes e Tokiko Ishihara, Editora EPU

Samba: curso de língua portuguesa para estrangeiros – escrito por Andrea Ferraz e Isabel M. Pinheiro, Editora Grupo Autêntica

Plural: Português Pluricêntrico

Não estou indicando nenhum livro, apenas apresentando o que há no mercado na atualidade, assim o professor pode escolher dentre essas opções, o livro que mais se adequa ao perfil do seu aluno.

Se tiverem outras sugestões, por favor, entrem em contato conosco para incluirmos!

Por que usar tecnologias de ensino nas aulas de PFOL?

Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação devem ser usadas no ensino línguas? A professora Luhema Ueti responde com exemplos práticos!

Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação devem ser usadas no ensino línguas? A professora Luhema Ueti responde com exemplos práticos!

Com a pandemia de Covid-19 e o ERE (Ensino Remoto Emergencial), todos tiveram que migrar de um dia para o outro para as aulas virtuais/online. Num primeiro momento, o uso de muitas TDICs (tecnologias digitais de informação e comunicação) assustou os professores, mas agora esse uso virou algo habitual.

Todo mundo deseja ansiosamente que tudo isso passe para que as aulas presenciais voltem a ser feitas, algumas até já voltaram. E o que vamos fazer com todo o conhecimento de TDICs que construímos? Voltaremos para a aula livro-lousa ou continuaremos utilizando as TDICs mesmo nas aulas presenciais?

Para que as aulas virtuais ocorram, é necessário o uso de TDICs,  espera-se que depois, com a volta das aulas presenciais, não se utilize apenas algumas, mas continue-se a utilizar outras. O melhor das aulas presenciais é a interação com os alunos e professores e as TDICs podem auxiliar nessa interação. Veja algumas vantagens do uso das TDICs nas aulas de línguas em geral:

  • Aumentar a motivação dos alunos através de atividades divertidas, em grupo e interativas;
  • Aumentar o interesse em aprender com atividades dinâmicas e situações reais;
  • Colocar o aluno em contato com a língua-alvo através do contato com as TDICs;
  • Praticar as quatro habilidades ao realizar atividades utilizando as TDICs;
  • Usar as TDICs como tecnologias para o aprendizado e não só como tecnologias de informação e comunicação.

Há muitos outros benefícios em continuar incluindo as TDICs nas aulas, mesmo que elas sejam presenciais. As TDICs podem ajudar na elaboração de atividades dinâmicas e divertidas como em jogos e passatempos. Elas podem ajudar professores a trabalharem com metodologias ativas,e também, trazer a realidade dos alunos para dentro da sala de aula. Não é mais necessário proibir o uso do smartphone durante a aula. É possível incluir o uso dele para a realização de atividades e tarefas na língua-alvo.

As TDICs sempre estiveram presentes nas aulas de línguas. Quem se lembra de usar fitas cassetes ou CDs para ouvir ou assistir a algum vídeo na língua em que estava estudando/ensinando? Agora, é só ir ao Youtube e encontrará uma infinidade de vídeos e músicas. As tecnologias estão apenas dando lugar a novas e, a cada dia, temos outras mais que podem nos ajudar a desenvolver diferentes habilidades.

Pensando nas aulas de PFOL, o que pode ser feito com algumas TDICs?

  • Utilizar os Documentos do Google para elaborar um texto colaborativo que pode ser a criação de uma história ou a de um dicionário da turma;
  • Utilizar o WhatsApp para criar diálogos com trocas de mensagens entre dois alunos;
  • Os alunos podem produzir um vídeo sobre determinado conteúdo;
  • Os alunos podem gravar um podcast sobre um determinado conteúdo.

Essas são algumas das possíveis formas de utilizar as TDICs tanto nas aulas virtuais quanto nas presenciais.

Quais outros modos de utilizar as TDICs nas aulas de PFOL que você imaginou?

A professora Vera Lucia Menezes de Oliveira e Paiva organizou dois materiais com uma gama enorme de ferramentas e sugestões de atividades para utilizar as TDICs em aulas de língua. Se quiser conhecer novas ferramentas para acrescentar em suas aulas virtuais ou presenciais, dê uma olhada nos livros.

Acesse os arquivos aqui:

https://www.dropbox.com/s/5soe0qiny6953me/MAO_NA_MASSA.pdf?dl=0%20

https://www2.ufmg.br/prograd/content/download/29222/195666/file/M2.pdf

 

A professora Luhema Ueti é mestre em Língua Portuguesa e contribui com este site sempre que pode!

Recursos para as aulas on-line

A professora Luhema Ueti traz diversos recursos para as aulas on-line que são extremamente úteis, não só nesses tempos de quarentena, mas daqui para frente!

Devido ao momento que o mundo inteiro está passando, as aulas presenciais foram transferidas para aulas virtuais ou on-line e muitos professores se perguntam o que fazer nessas aulas. A primeira dificuldade foi conhecer ou aprender a utilizar plataformas que fazem a interação entre professor e aluno acontecer (Skype, Google Meet, Zoom, Cisco etc.).

Passado esse momento, o professor se pergunta como fazer a aula? Se apenas segue o livro, o aluno em sua casa e o professor na dele? Quais atividades fazer? Quais outros tipos de atividades são possíveis de se fazer com o aluno utilizando diferentes recursos? E são possíveis respostas para essas perguntas que vamos apresentar aqui. No artigo de hoje, vamos apresentar alguns recursos e sugestões de atividades a serem feitas com os alunos para que a aula fique mais organizada e dinâmica.

A primeira resposta para uma das perguntas é que o professor não deve apenas seguir o livro (geralmente impresso) e continuar com o aluno fazendo o que se fazia na aula presencial. É necessário e possível utilizar outros materiais para que a aula continue sendo atrativa e interessante. A seguir apresentaremos alguns recursos úteis:

Google DriveGoogle Drive (para utilizar é necessário ter uma conta no Google – gratuito)

O Google Drive é um recurso em que você pode armazenar arquivos na nuvem. Assim, é possível compartilhar com seu aluno materiais, vídeos, áudios. Você pode criar uma pasta para cada aluno/grupo e incluir os materiais. É possível compartilhar toda a pasta com os alunos ou links de materiais específicos.

Google Docs/Google Documentos (junto com o Google Drive – para utilizar é necessário ter uma conta no Google – gratuito)

Você pode compartilhar materiais no Power Point, Word, Excel (o Google Docs/Documentos) e os alunos podem editar o arquivo.

Outra utilidade do Google Drive é que você pode compartilhar materiais no Power Point, Word, Excel (o Google Docs/Documentos) e os alunos podem editar o arquivo. Com esse recurso, durante a aula, você pode fazer atividades em que os alunos precisam escrever, colar figuras, sublinhar palavras ou frases no Word, por exemplo.

Você pode colocar um texto no Word, compartilhar com os alunos (você pode enviar o link por e-mail, mas não se esqueça de configurar para que todos possam editar o arquivo) e pedir que eles marquem as palavras que desconhecem, que respondam às questões por escrito ou que completem frases. Tudo isso pode ocorrer durante a aula, instantaneamente, como também pode ser feito em outro momento, pois as modificações ficam salvas no arquivo.

Com grupos, você pode pedir para os alunos continuarem uma história, corrigirem as frases escritas pelos outros colegas ou produzirem um dicionário sobre um material específico.

Pessoalmente, essa é a ferramenta que mais utilizo com os meus alunos, pois enquanto o professor fala, o aluno pode fazer anotações como se estivesse fazendo anotações em um livro ou caderno, marcando as palavras que têm dificuldade ou anotando traduções.

Google Docs – Forms/Formulários (para utilizar é necessário ter uma conta no Google – gratuito)

Ainda dentro do Google Drive/Docs existe o Google Forms/Formulários. Com essa ferramenta é possível fazer testes, quizzes, atividades para avaliar ou apenas consolidar o conteúdo estudado. É possível montar atividades que têm correções automáticas e até notas. Não é possível fazer atividades como completar lacunas, mas é possível fazer atividades de múltipla escolha, escrita de parágrafos ou respostas curtas.

Google Classroom/Sala de Aula (para utilizar é necessário ter uma conta no Google – gratuito)

Mais uma ferramenta do Google, nela você pode criar “turmas” para seus alunos. É como se fosse a junção de uma pasta, um mural e um diário de classe. É muito bom para organizar as aulas, as datas das atividades, o conteúdo e isso pode ser compartilhado com o aluno. Para turmas é muito interessante, pois caso um aluno perca uma aula, ele pode verificar o que foi trabalhado. Você pode incluir as atividades e materiais em cada uma das aulas.

Padlet (necessário registrar-se, são gratuitos 3 arquivos, para mais arquivos, é necessário pagar)

O Padlet é uma ferramenta como um mural, mas também pode ser utilizado para criar apresentações e incluir fotos. Uma sugestão de atividade com esse recurso é fazer um dicionário visual, no qual os alunos tiram fotos de objetos ou situações e descrevem-nas.

Quizlet (necessário registrar-se – gratuito)

Com esse recurso, é possível fazer cartões com palavras ou frases e traduções. Além de poder fazer quizzes com as palavras inseridas. Os quizzes podem ser de múltipla escolha, escrita ou soletração). O professor pode criar os cartões ou pedir para seus alunos criarem. É uma ótima ferramenta para os alunos revisarem vocabulário.

Lyricstraining (gratuito, não é necessário registrar-se, mas para o professor acompanhar o que o aluno fez, é bom registrar-se e criar turmas ou desafios)

O Lyricstraining é um site com músicas de diferentes países e línguas e para cada música há atividades de complete ou múltipla escolha. Enquanto a música é cantada, na legenda, há palavras faltando, é necessário escrevê-las ou escolher a resposta correta. É possível escolher uma música do banco de músicas ou, então, inserir uma de acordo com o que o professor necessita. É possível pedir que o aluno insira uma música também. O recurso é gratuito, mas para acompanhar a pontuação dos alunos, é necessário se registrar.

Kahoot! (gratuito, mas é necessário registrar-se)

O Kahoot! é uma ferramenta para criar jogos de múltipla escolha. Você pode criar um jogo com um conteúdo específico e compartilhar com seus alunos. Eles também podem criar os próprios jogos e compartilhar com os colegas.

As atividades e recursos apresentados anteriormente são sugestões para que o professor utilize ferramentas diferentes em suas aulas on-line, tanto para organizá-las quanto para dinamizá-las. Não há um único “modo de fazer”, cada professor pode utilizar de sua imaginação e de acordo com o contexto de seus alunos para adaptar e criar usos diferentes. Se você fizer alguma outra atividade ou algum outro uso diferente do que foi apresentado e quer compartilhar conosco, nos envie um e-mail, vai ser um prazer aprender com vocês.

Youtube (gratuito)

Esse recurso todos devem conhecer, mas é possível fazer atividades diferentes, como: pedir para o aluno criar uma legenda para determinado trecho de vídeo; pedir que o aluno pesquise e sugira vídeos para debater ou que tenham determinado conteúdo aprendido; pedir para o aluno criar um diálogo (escrito ou oral) para uma determinada cena de vídeo; pausar o vídeo em determinados trechos e questionar o aluno sobre o que vai acontecer na próxima cena. Há muitas possibilidades de atividades utilizando vídeos.

WhatsApp (gratuito, é necessário registrar-se)

O WhatsApp é um aplicativo muito utilizado pelas pessoas para comunicação, mas é possível utilizar esse recurso para propor atividades, para isso, o professor pode abrir um grupo com seus alunos. Algumas das atividades que podem ser feitas são: gravar áudios sobre determinado assunto; criar/usar memes ou sticker sobre expressões. Pode-se fazer atividades enviando uma foto ou palavra para um aluno no privado e, no grupo, esse aluno deve descrever sem utilizar a palavra específica para que os outros alunos descubram o que é. Há também inúmeras atividades possíveis utilizando esse recurso, deixe a sua imaginação criar.

 

Luhema Ueti é professora de PFOL desde 2005, formada Letras e Pedagogia, com Mestrado em Filologia e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo. Escreve nesse espaço sempre que pode! Leia suas outras colunas aqui.

A Profissão de Professor de Português para Estrangeiros no Brasil

A Profissão de Professor de Português para Estrangeiros no Brasil

Para encerrar a série de colunas do ano de 2019, vamos refletir sobre a profissão de professor de português para estrangeiros no Brasil. Nesse texto, você vai encontrar experiências de 14 anos de magistério para diferentes públicos, nacionalidades e contextos de ensino de PFOL da autora da coluna. Caso tenha alguma experiência diferente que queria nos contar, pode deixar seu comentário.

Se perguntarem o que há de melhor em sua profissão? A resposta, sem hesitação, é “as pessoas”, ou melhor os alunos. Poder estar em contato com pessoas de várias partes do mundo, de diferentes culturas e, na maioria das vezes, intraculturas, é muito especial. Ao pensar em todo o meu trabalho, fico muito feliz em poder ter a oportunidade de me conectar com indivíduos totalmente diferentes de todos os cantos do mundo. E essa conexão pode ser com pessoas em situação de refúgio, expatriados diretores de multinacionais, crianças que estão acompanhando os pais, é uma conexão que ultrapassa idioma, nacionalidade, classe socioeconômica e idade.

A segunda coisa é poder ter visões de mundo diferente que ajudam a ter empatia, a pensar em quão diferente tudo é para cada ser e a pensar de forma diferente na resolução de problemas. Conhecer outro modo de ver as coisas faz ampliar a mente e o modo de analisar uma situação ou problema.

A terceira razão por gostar da profissão é sentir-se fazendo a diferença no mundo. Ajudar um estrangeiro a se adaptar ao país, a entender a língua/cultura brasileira é contribuir para que mais pessoas possam se sentir bem em um pequeno espaço do planeta.

A quarta é fazer o Brasil, um país tão lindo, de povo encantador (é clichê mas é a mais pura verdade) ser (re)conhecido por tudo o que é. Apesar do país ter muitos problemas (assim como todos os países têm), ele é apaixonante. Mostrar um pouco do quão linda e rica é a nossa língua/cultura e o quanto os alunos também podem ampliar seus pensamentos aprendendo-a, é uma forma de retribuir a tudo o que o país e a cultura do Brasil deram a mim.

Poderia escrever muitas outras razões, mas esses são os meus principais motivos de amar minha profissão e desejar que todos possam um dia serem professores de PFOL, especialmente no Brasil. Quais são os seus?

Luhema Ueti é professora de PFOL desde 2005, formada Letras e Pedagogia, com Mestrado em Filologia e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo. Escreve nesse espaço sempre que pode. Leia suas outras colunas aqui.

Análise do livro didático “Português Via Brasil”

A professora Luhema analisa o livro didático “Português Via Brasil: um curso avançado para estrangeiros” em detalhes.
Análise do livro didático “Português Via Brasil: um curso avançado para estrangeiros”, que, até 2016, era o único LD para alunos em nível avançado. Atualmente há outro livro para alunos do mesmo nível: “Fale Português 2”, da HubEditorial.

O livro teve sua primeira publicação datada no ano de 1990, foi editado, atualizado e ampliado em 2005, e, em 2010, foi reimpresso de acordo com o Novo Acordo Ortográfico.

Desde a primeira edição, o livro é dividido em dez unidades sendo que, no interior delas, na versão atual de 2010, algumas seções foram incluídas e algumas tiveram seu nome modificado ou a ordem em que aparecem. Apontaremos aqui apenas informações sobre a versão de 2010.

Seções do livro (edição de 2010) ·         Texto inicial

·         Gramática em revisão

·         Cotidiano brasileiro

·         Linguagem coloquial

·         Gramática nova (I)

·         Pausa

·         Gramática nova (II)

·         Ponto de vista

·         Linguagem formal

Observa-se que em cada unidade, há dois tópicos gramaticais novos e um de revisão. Há também a apresentação de pontos da linguagem em situações formais e informais. Outro item abordado é a cultura brasileira e textos argumentativos.

Quanto às informações gráficas, o livro é impresso em preto e tons de azul e cinza, inclusive as imagens e ilustrações. Ele tem 219 páginas e não há recurso de áudio ou livro de exercícios.

Analisando as atividades, percebe-se que a metodologia utilizada é estruturalista, com atividades de completar lacunas e reescrever frases. Também não há o trabalho com as quatro habilidades, uma vez que não há nenhuma atividade de áudio.

Por ter 3 seções gramaticais em cada um dos capítulos, há muitas explicações e exercícios gramaticais. Como há seções sobre linguagem formal e informal, há exercícios de ampliação de vocabulário. Mas pelo fato de o livro ter sido escrito em 1990 e, em sua reedição, ter sido pouco atualizada, não é possível encontrar vocabulário e textos atuais.

Conforme apresentamos no começo da nossa coluna, cabe ao professor decidir se o livro é adequado aos objetivos de seus alunos.

Texto extraído e adaptado da dissertação de mestrado:

UETI, Luhema Santos. O léxico da cultura brasileira no livro didático “Português via Brasil: um curso avançado para estrangeiros. P. 23-26. Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, 2012.

Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-15052013-092344/pt-br.php

Acesse as outras análises de livros didáticos de Luhema Ueti clicando aqui.

Certificados de Proficiência em Língua Portuguesa

A professora Luhema apresenta os certificados de proficiência em Língua Portuguesa do Brasil e de Portugal. Você sabe quais são?
Neste artigo falo sobre os certificados de proficiência em Língua Portuguesa. Você sabe quais são eles?

No Brasil, há dois certificados: O Celpe-Bras e o CILP. E em Portugal há um centro de certificação chamado CAPLE.

Celpe-Bras

O único certificado reconhecido oficialmente pelo MEC (Ministério da Educação) é o Celpe-Bras. Ele é um exame que é supervisionado pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) e foi criado em 1998 para atender ao público principalmente universitário.

Ele é aplicado em mais de 90 países e, só no Brasil, há 44 postos aplicadores.

A aplicação ocorre duas vezes ao ano, geralmente nos meses de abril e outubro. E é dividida em parte escrita e oral.

A parte escrita é baseada em tarefas e gêneros textuais. O examinando deve escrever 4 textos no decorrer de 3h. A primeira tarefa tem como base um vídeo, a segunda tarefa tem como base um áudio e as terceira e quarta tarefas tem como base um texto para cada uma.

Já a parte oral é feita uma entrevista de 20 minutos: os 5 primeiros minutos são baseados em uma conversa sobre informações pessoais que o examinando preencheu em sua inscrição e os 15 outros minutos são divididos em 3 temas diferentes abordados a partir de elementos provocadores. A avaliação é feita com base nas duas partes e o examinando recebe um nível que pode variar de acordo com a tabela abaixo:

O certificado é utilizado para revalidação de diplomas estrangeiros, para proficiência de exigido por algumas empresas para comprovação de conhecimento da língua, para o pedido de cidadania brasileira ou para o ingresso em cursos de graduação e pós-graduação em algumas universidades brasileiras. Ele é ofertado a pessoas a partir de 16 anos de idade e não é possível escolher para qual nível faz-se o exame. Todos fazem o mesmo exame e, a partir da produção do examinando, confere-lhe um nível.

CILP

O Certificado Internacional de Língua Portuguesa é aplicado e expedido pela Universidade de Caxias do Sul e é dividido em dois tipos: CILP e CILP Escolar, o segundo pode ser feito por adolescentes de 11 a 17 anos e é referente aos níveis A1 até B1 do Quadro Comum Europeu. O CILP pode ser feito por qualquer estrangeiro e é referente aos níveis A1 até C1. É necessário inscrever-se para um determinado nível, mas não é necessário ter obtido um certificado para obter um nível mais elevado.

A aplicação é feita uma vez por ano e há postos no Brasil, na Argentina, no Uruguai, no Paraguai e em Portugal. A aplicação é feita em outubro e novembro.

Ele é dividido em parte escrita e oral, mas há inscrições diferentes para cada uma das partes. Ele não avalia as competências juntas, mas separadamente.

CAPLE

Em Portugal há o CAPLE (Centro de Avaliação e Certificação de Português Língua Estrangeira) e oferece vários exames de acordo com os níveis do Quadro Comum Europeu. Acesse a página abaixo para saber mais informações sobre todos os certificados expedidos pelo centro.

Outros certificados

Ainda há exames de proficiência aplicados por universidades brasileiras para avaliar exclusivamente o nível de língua de seus alunos ou aspirantes a uma vaga nessas universidades. Eles não servem como certificados de língua para outros fins.

Para mais informações, acesse os sites dos certificados:

Celpe-Bras: http://portal.inep.gov.br/acoes-internacionais/celpe-bras

CILP: https://www.ucs.br/site/ucs-linguas-estrangeiras/cilp-certificado-internacional/

CAPLE: https://caple.letras.ulisboa.pt/

 

Luhema Ueti é professora de PFOL desde 2005, formada Letras e Pedagogia, com Mestrado em Filologia e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo. Escreve nesse espaço sempre que pode. Para suas outras colunas, clique aqui.

Formação de professor de PFOL

Ao conversar com outros professores de PFOL, sempre os questiono como começaram a dar aulas e se tiveram alguma disciplina ou habilitação na universidade e quase todos me dizem que na universidade em que estudaram não havia nenhuma disciplina dessa área. Eu também faço parte dessa grande maioria de profissionais que não cursaram disciplinas de metodologia ou história do ensino de PFOL na universidade. O que me fez conhecer essa área foi um projeto de extensão que ensinava português gratuitamente a estrangeiros. Infelizmente, são poucas as universidades de oferecem cursos de graduação voltados para a área de PFOL. No Brasil, apenas cinco universidades oferecem a habilitação de PFOL: a Universidade de Brasília, a Universidade Federal da Bahia, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a Universidade de Campinas e a Universidade Federal de Integração Latino-Americana.

Atualmente, algumas universidades oferecem algumas disciplinas de PFOL como opções na grade curricular, como: a Universidade de São Paulo e a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Algumas universidades oferecem cursos de extensão ou grupos de estudos sobre PFOL, uma vez que, em muitas universidades é ofertado o curso de PFOL para os estudantes intercambistas da própria universidade.

Quando pensamos na pós-graduação, a oferta de cursos aumenta. Há poucos cursos de especialização, apenas três: na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e em duas universidades privadas que fazem cursos à distância (Uninter e Unileya). Embora haja poucos cursos de especialização, há muitos professores que aceitam orientar pesquisas na área de PFOL nos níveis de mestrado e doutorado em várias universidades do Brasil.

E você? Você fez alguma disciplina de PFOL na graduação? Conhece alguma outra universidade que oferece a habilitação de PFOL? Deixe seu comentário!

Luhema Ueti é professora de PFOL desde 2005, formada Letras e Pedagogia, com Mestrado em Filologia e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo. Escreve nesse espaço duas vezes por mês.

Perfil de estudantes de PFOL

Nessa coluna a professora Luhema Ueti traça os perfis mais comuns dos estudantes de PFOL/ português como língua estrangeira atualmente.

Agora vamos conhecer um pouco sobre os perfis dos estudantes de PFOL/ português como língua estrangeira. Vamos abordar os principais perfis e informações sobre as aulas com base em nossas experiências.

  • Executivos e funcionários de multinacionais estrangeiros: esse público, tem contrato de trabalho e ficam meses ou anos, dependendo do tipo de contrato. Engana-se quem acha que eles só querem aprender o português para negócios, eles também querem aprender para a comunicação do cotidiano, uma vez que no seu trabalho, geralmente, eles utilizam ou inglês ou outra língua. As aulas são no começo da manhã, almoço e final de tarde. Muitas vezes não há uma rotina de aulas por conta das reuniões, viagens e excesso de trabalho. Como, na maioria das vezes, a empresa paga pelas aulas, é necessário emitir uma nota fiscal para a empresa.

  • Intercambistas estrangeiros: esse público é composto por jovens estudantes de universidades ou colégios e, geralmente, fica de 6 meses a 1 ano. Eles querem aprender o português do cotidiano, uma vez que, na maioria das vezes, precisam alugar uma casa e resolver todos os problemas do dia a dia. As aulas particulares, geralmente, no meio da manhã ou da tarde, mas também podem ser em universidades no horário determinado pela mesma.

  • Imigrantes: esse público é composto por pessoas que saem de seus países para trabalhar em comércios ou empresas próprias e, diferentemente do público executivo, não tem contrato com multinacionais. Esse público procura fazer aula fora do horário comercial e, geralmente, quer aprender rápido para falar com os clientes. Muitas vezes, esses estudantes vivem em comunidades de conterrâneos e, raramente, participam de atividades com os falantes nativos. Por isso, o aprendizado torna-se mais lento.

  • Crianças e adolescentes estrangeiros de escolas internacionais: esse público acompanha os pais ou responsáveis, geralmente são filhos de executivos, e estudam em escolas internacionais. A convivência com a língua portuguesa é pouca, pois ela é aprendida como língua adicional nas escolas e a comunicação é toda feita em uma língua em comum para todos os alunos. Geralmente, esse público tem aula nas escolas internacionais durante a grade e aulas, ou aulas privadas de reforço após o horário escolar.

  • Familiares acompanhantes de executivos estrangeiros e imigrantes: esse público acompanha seus cônjuges ou familiares que estão a trabalho. Geralmente, esse público se ocupa dos afazeres domésticos e familiares, por isso, as aulas são em períodos do meio da manhã ou de tarde. Na maioria das vezes, precisam aprender rapidamente para conseguir organizar a rotina no país.
  • Pessoas em situação de refúgio: esse público chega ao país em condições psicológicas e socioeconômicas totalmente diferentes das anteriores. Geralmente sofrem perseguição política ou religiosa em seu país. As aulas são oferecidas gratuitamente por associações e ONGs em diferentes horários.

  • Indígenas: esse público aprende a sua língua nativa e, só então, vai aprender a língua portuguesa. Na maioria das vezes, esse público vive nas aldeias e recebe um professor de português no mesmo local. Muitas universidades, ONGs e associações oferecem aulas a eles gratuitamente.

  • Surdos: esse público aprende a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como sua língua materna e só depois, começam a aprender português como uma língua adicional. Há instituições, ONGs e associações que oferecem as aulas que podem ser dentro da grade escolar ou não.

Luhema Ueti é professora de PFOL desde 2005, formada Letras e Pedagogia, com Mestrado em Filologia e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo. Escreve nesse espaço duas vezes por mês.

Livros de PFOL no Brasil

Agora que sabemos como surgiram os LDs, vamos ver um levantamento histórico dos LDs se PFOL publicados no Brasil. Esse levantamento foi feito pela Professora Denise Pacheco para sua pesquisa de doutorado de 2006. Acrescentamos abaixo os livros publicados depois dessa data.

Alguns livros foram editados, tiveram revisão ou foram modificados para o meio digital, mas essas informações não foram detalhadas nesse artigo. E, como podem ver, as editoras com mais publicações na área de PFOL são: Disal, Editora EPU (atual Grupo Gen), Hub Editorial e SBS. Caso queira contribuir com alguma publicação de livro que não esteja na lista, por favor nos escreva.

1901 – Manual de língua portuguesa – Rudolf Damm.
1954 – Português para Estrangeiros, 1° Livro, Mercedes Marchant, Porto Alegre: Sulina.
1973 – Português: conversação e gramática. Haydée Magro & Paulo de Paula. São Paulo: Brazilian American Cultural Institute / Livraria Pioneira Editora.
1974 – Português para Estrangeiros, 2° Livro, Mercedes Marchant, Porto Alegre: Sulina.
1978 – Português do Brasil para estrangeiros. Vol. 1. S. BIAZOLI & Francisco G. MATOS. São Paulo: Difusão Nacional do Livro.
1978 – Português para estrangeiros I e II: conversação cultura e criatividade. S. BIAZOLI & Francisco G. MATOS. São Paulo: Difusão Nacional do Livro Editora e Importadora Ltda.
1978 – Português do Brasil para estrangeiros Vol. 2. S. BIAZOLI & Francisco G. MATOS. São Paulo: Difusão Nacional do Livro.
1980 – Falando, lendo, escrevendo português: Um Curso para Estrangeiros, Emma Eberlein O. F. Lima & Samira A. Iunes, São Paulo: Ed. EPU (Editora Pedagógica e Universitária).
1983 – Português para falantes de espanhol. Leonor Cantareiro Lombello e Marisa de Andrade Baleeiro. Campinas, SP: UNICAMP/FUNCAMP/MEC.
1984 – Tudo Bem 1: Português do Brasil. Raquel Ramalhete, Rio de Janeiro: Ed. Ao Livro Técnico S/A, Indústria e Comércio.
1985 – Tudo Bem 2: Português do Brasil. Raquel Ramalhete, Rio de Janeiro, Ed. Ao Livro Técnico S/A.
1989 – Fala Brasil, Português para Estrangeiros. Elizabeth Fontão do Patrocínio e Pierre Coudry, São Paulo, Campinas, Pontes Editores Ltda.
1989 – Muito Prazer! Curso de Português do Brasil para Estrangeiros. Ana Maria Flores. Volumes I e II. Rio de Janeiro: Ed. Agir.33
1990 – Português Via Brasil: Um Curso Avançado para Estrangeiros. Emma Eberlein O. F. Lima, Lutz Rohrman, Tokiko Ishihara, Cristián Gonzalez Bergweiler & Samira A. Iunes. São Paulo: Ed. EPU.
1990 – Português como Segunda Língua. ALMEIDA, M. & GUIMARÃES, L. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico.
1991 – Avenida Brasil 1: Curso Básico de Português para Estrangeiros. Emma Eberlein O.F. Lima, Lutz Rohrmann,Tokiko Ishihara, Cristián González Bergweiler & Samira Abirad Iunes. São Paulo: Ed. EPU.
1992 – Aprendendo Português do Brasil. Maria Nazaré de Carvalho Laroca, Nadine Bara & Sonia Maria da Cunha. Campinas, São Paulo: Pontes Editores Ltda.
1994 – Português para estrangeiros: infanto-juvenil. Mercedes Marchand. Porto Alegre: Age.
1995 – Avenida Brasil II. Emma E. Lima, Cristián Gonzaléz & Tokiko Ishihara. São Paulo: EPU.
1997 – Português para estrangeiros: nível avançado. Mercedes Marchand. Porto Alegre: Age.
1998 – Português para estrangeiros I e II. MEYER, R. M et alii. Rio de Janeiro: PUCRio. (Edição experimental).
1999 – Falar, Ler e Escrever Português: Um Curso para Estrangeiros. (reelaboração de Falando, Lendo, Escrevendo Português) de Emma E. O.F. Lima e Samira A I. São Paulo: Ed. EPU.
1999 – Bem-vindo! A língua portuguesa no mundo da comunicação. Maria Harumi Otuki de Ponce; Silvia R.B. Andrade Burin & Susanna Florissi. São Paulo, Editora SBS.
2000 – Sempre Amigos: Fala Brasil para Jovens. Elizabeth Fontão do Patrocínio & Pierre Coudry. Campinas, SP: Pontes.
2000 – Sempre Amigos: De professor para professor. Elizabeth Fontão do Patrocínio & Pierre Coudry. Campinas, SP: Pontes.
2001 – Tudo Bem? Português para Nova Geração. Volume 2. Maria Harumi Otuki de Ponce, Silvia Regina. B. Andrade Burim & Susana Florissi. São Paulo: Ed. SBS.
2001 – Interagindo em Português. Eunice Ribeiro Henriques & Danielle Marcelle Granier. Brasília: Thesaurus.
2002 – Passagens: Português do Brasil para Estrangeiros com Guia de Respostas Sugeridas . Rosine Celli. Campinas, SP: Pontes.
2003 – Diálogo Brasil: Curso Intensivo de Português para Estrangeiros. Emma Eberlein O. F. Lima, Samira Abirad Iunes & Marina Ribeiro Leite. São Paulo: Ed. EPU.
2004 – Aquarela do Brasil: Curso de Português para falantes de espanhol. Edileise Mendes Oliveira Santos (MD proposto em sua Tese de Doutoramento, apresentada na UNICAMP, em 2004).
2005 – Estação Brasil: Português para estrangeiros. BIZON, A C. Campinas, SP: Ed. Átomo.
2006 – Panorama Brasil. Ensino do Português do mundo dos negócios. PONCE, M. H. O.; BURIM, S. R. B. A.& FLORISSI, S. São Paulo, SP: SBS.
2009 – Muito Prazer – fale o português do Brasil. FERNANDES, G. R. R.; FERREIRA, T. L. S.B & RAMOS, V. L. São Paulo, SP: Disal.
2010 – Viva – Língua Portuguesa para Estrangeiros. ROMANICHEN, Claudio. São Paulo, SP: Editora: Positivo (coleção de 4 volumes)
2012 – Celpe-Bras sem segredos. FORTE, Graziela. São Paulo, SP: Hub Editorial (livro digital)
2013 – Bons Negócios – Português do Brasil para o mundo do trabalho. SANTOS, Denise; SILVA, Glaucia V. São Paulo, SP: Disal.
2014 – Como está o seu português. PONCE, Maria Harumi de. São Paulo, SP: Hub Editorial.
2014 – Vamos falar português: Ensino do português do Brasil como língua de herança. FLORISSI, Susanna; RAMOS, Anna Claudia. São Paulo, SP: Hub Editorial. (volume 1 – iniciante)
2015 – Vamos falar português: Ensino do português do Brasil como língua de herança. FLORISSI, Susanna; RAMOS, Anna Claudia. São Paulo, SP: Hub Editorial. (volume 2 – avançado)
2015 – Criatividade e Expressão: Exercícios de português para estrangeiros. RIBEIRO, Tatiana. São Paulo, SP: Disal
2016 – Português do Brasil como língua estrangeira – gramática. ZAMPIETRO, Linei. São Paulo, SP: Disal.
2015 – Fale Português – português do Brasil para estrangeiros. PONCE, Maria Harumi de… [et al.]. São Paulo, SP: Hub Editorial. (Volume 1 – iniciante a pré-intermediário)
2016 – Fale Português – português do Brasil para estrangeiros. PONCE, Maria Harumi de… [et al.]. São Paulo, SP: Hub Editorial. (Volume 2 – pré-intermediário a avançado)
2017 – Brasileirinhos. GONÇALVES, Claudenir. São Paulo, SP: EPU
2019 – Fala & Ação. PEREIRA, Giselda. São Paulo, SP: Gama Editorial.

Incluímos ainda as cartilhas de ensino de PLAc:
2018 – Portas Abertas: Português para Imigrantes. Marina Reinoldes, Paola Mandalá e Rosane Amado. Publicada pela Prefeitura de São Paulo.

2015 – Pode Entrar: Português do Brasil para refugiados. Jacqueline Feitosa, Juliana Marra, Karina Fasson, Nayara Moreira, Renata Pereira, Talita Amaro. Publicada pela Acnur.

Bibliografia:
PACHECO, Denise Gomes Leal da Cruz. Português para estrangeiros e os materiais didáticos: um olhar discursivo. 2006. 335 f. Tese (Doutorado em Letras). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.

http://www2.iel.unicamp.br/matilde/2017/07/livros-ple/

Siglas da área de português como língua estrangeira

Nessa coluna a professora Luhema Ueti conta os conceitos das diversas siglas usadas no ensino de português como língua estrangeira.
Siglas da área de português como língua estrangeira

 

Depois de conhecer um pouco sobre a história do PFOL no Brasil, vamos conhecer as siglas utilizadas para diferentes perfis de estudantes e contextos de ensino/aprendizagem de português como língua estrangeira.

Em primeiro lugar, temos os conceitos de Língua Materna (LM) ou língua nativa que nada mais é do que a primeira língua que o estudante aprendeu em sua vida. Pode não ser a língua oficial do país ou da nacionalidade do estudante, pois ele pode estar inserido em uma comunidade específica. Em seguida, a primeira distinção que devemos fazer é entre língua estrangeira e segunda língua e tudo depende do contexto em que o indivíduo que aprende a determinada língua está inserido, se ele está aprendendo a língua-alvo (LA) no país em que ela é falada, ele está aprendendo uma segunda língua, se ele está aprendendo a língua-alvo num país onde ela não é falada, ele está aprendendo uma língua estrangeira. Por exemplo, se um estudante estrangeiro está aprendendo português no Brasil, em imersão, ele está aprendendo português como segunda língua (PL2) (pode ser terceira, quarta ou quantos números forem possíveis). Se um estudante está aprendendo a língua portuguesa no seu país de origem e essa língua não é falada nesse local, ele está aprendendo português como língua estrangeira (PLE).

Há também o conceito mais recente de língua adicional, que é a língua portuguesa aprendida em adição a, pelo menos, uma outra língua, não importando o contexto em que o estudante aprende essa língua (PLA)

A sigla utilizada nesta coluna é PFOL (Português para Falantes de Outras Línguas), uma vez que ela pode ser utilizada em diferentes contextos de ensino/aprendizagem da língua. Dentro dessas duas últimas siglas, podemos incluir, sem distinção, os indivíduos surdos e os indígenas que aprendem a língua portuguesa como língua adicional ou como outra língua.

Há também o Português como Língua de Herança que é ensinado/aprendido por crianças ou adolescentes cujos pais têm a língua portuguesa como língua materna e a ensina a seus filhos. Na maioria dos casos, esse contexto é encontrado fora do Brasil, em famílias imigrantes.

Agora já é possível identificar cada uma das siglas utilizadas pelos pesquisadores e professores da nossa área.

Abaixo você vai encontrar todas as siglas.

LM – Língua Materna

LA – Língua alvo

PL2 (e outros números) – Português como Língua 2

PLE – Português como Língua Estrangeira

PFOL – Português para Falantes de Outras Línguas

PLA – Português como Língua Adicional

PLAc – Português como Língua de Acolhimento

PLH – Português como Língua de Herança

PB – Português Brasileiro ou Português do Brasil

Bibliografia

LEFFA, Vilson J.; IRALA, Valesca Brasil (Orgs.). O ensino de outra(s) língua(s) na contemporaneidade: questões conceituais e metodológicas. In: Uma espiadinha na sala de aula: ensinando línguas adicionais no Brasil. Pelotas: Educat, 2014.

Disponível em: http://www.leffa.pro.br/textos/trabalhos/livro_espiadinha.pdf

Luhema Ueti é professora de PFOL desde 2005, formada Letras e Pedagogia, com Mestrado em Filologia e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo. Escreve nesse espaço duas vezes por mês.