Férias, para que te quero!

Elza Gabaldi escreve sobre os desafios de um período que todos professores gostam: as férias! Divirta-se lendo mais essa crônca de professor para professor!

Quando começamos a pensar quando vão chegar as férias, sabemos que nosso cérebro está indicando que precisamos descansar. Onde ir, em lugar se hospedar, o que fazer e o montante de dinheiro a ser despendido consiste num verdadeiro desafio para quem se arrisca nesta empreitada.

Férias, para que te quero!

Os preparativos devem ser iniciados três meses antes, senão corremos o risco de não sair de casa. Parece que até os hotéis da cidade mais próxima estão completamente lotados e os preços são bastante alterados para cima.

Lugares lindos não faltam, vontade de conhecê-los também não. O problema é conseguir encaixar nossas economias aos nossos desejos. Ou seja, ao lugar que nos proporcionaria o descanso desejado e merecido.

Depois de muitas buscas, de conhecer – via internet – lugares lindos, hotéis, resorts maravilhosos, percebemos que estes lugares não cabem no bolso de “gente que rala”.  E, nessa hora, o cansaço parece aumentar diante da dura realidade. Mas é preciso sair, ver algo diferente, conhecer outros lugares, comer outras comidas, mudar o ritmo enfim.

Feito os ajustes, entre bolso e realidade, resta-nos escolher um local e partir. E partimos deixando para trás, a rotina estressante da cidade grande, rumo ao novo, ao diferente.

Já no local escolhido, novas maratonas nos esperam; passeios, qual fazer, quanto custa? Refeições idem. No dia seguinte, idem: passeios, refeições; no terceiro dia idem… e tudo começa a se repetir.

Após alguns dias, começamos a sentir saudades da rotina da cidade grande, a qual nos consome o ano todo, até porque no dia a dia, controlamos melhor nossa preciosa graninha por estarmos ocupados trabalhando muito e sem tempo para pensar em férias.

Nas férias há tempo para tudo, principalmente para despender dinheiro: uma roupa que esquecemos de colocar na mala, outra que é diferente, uma lembrancinha aqui, outra ali… Cadê o dinheiro que estava aqui? As férias comeram. Ah, mas ainda há uma opção: o cartão de crédito. Ufa, ele nos salva de cada situação…

Mas como tudo tem seu outro lado, não podemos esquecer a data do vencimento do bendito cartão que nos salvou. Se não cuidarmos, ele será a nossa maldição, tamanho são os juros cobrados em suas parcelas.

E então, a certeza de retornar a nossa rotina se transforma num novo desafio: arrumar as malas, regressar em segurança obedecendo a horários e regras e começar a guardar “algum” todo mês  para as próximas férias. E, em nossos sonhos, elas serão maravilhosas. As que já fizemos, nem tanto, deixou a preocupação dos pagamentos pendentes. Mas as próximas, com certeza serão perfeitas.  Para tudo isso, as espero um ano inteiro.

Elza Gabaldi é professora de português para nativos e estrangeiros há 30 anos. Também leciona espanhol e escreve neste espaço aos sábados.

  • 04/08/2019